terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Imaterialidade


Foto: Douglas Montes. Expressão e ofício: farinha ao forno.

Fica claro que, no ocidente, o patrimônio esteve por longo tempo ligado aos objetos construídos; a preservação foi vinculada à prática constituída de operações voltadas para seleção, proteção, guarda e conservação do patrimônio edificado. Só na segunda metade do século XX as manifestações populares começaram, gradualmente, a serem vistas como bens patrimoniais em si, sem que a matéria fosse necessária para lhes darem corpo. É digno de nota, de acordo com Sant’anna (2003), que essa prática de preservação não tem origem primária na  Europa, mas em países  asiáticos e no então chamado Terceiro Mundo, cujo patrimônio, em grande medida, é constituído das  criações populares, menos importantes na materialidade, sendo vinculadas diretamente ao conhecimento popular, a práticas populares e processos culturais. no Oriente, mais importante que conservar os objetos do passado, testemunhos de processos históricos e culturais pretéritos, é preservar e transmitir o saber que produzem, buscando e permitindo a permanência desse savoir-faire no presente.

Fonte: http://www.ceg.ul.pt/finisterra/numeros/2012-93/93_01.pdf

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